11 de setembro de 2012

AFINAL, O QUE (NÃO) É ARTE?


por Fábio Elionar

A série de vídeos aqui publicada (Tudo é Remix) e um debate em uma rede social me motivaram a comentar um pouco mais a questão do que é arte, do que não é arte, do que é melhor ou pior artisticamente falando, mas é claro que não tenho a pretensão de encerrar o assunto, quero apenas colocar a questão em pontos específicos para que não se confundam. 
Acho possível separar o tema em dois pontos de vista complementares. De um lado teríamos a questão do conceito de Arte, que é uma questão teórica. De outro, temos o ponto de vista do gosto, da apreciação crítica, da recepção estética da obra.

2 de setembro de 2012

TUDO É REMIX, parte 4 (final)

Everything is a remix, parte 4.
Direção de Kirby Ferguson.

TUDO É REMIX, parte 3

Este é o terceiro episódio de um total de quatro.
Everything is a remix (dir.: Kirby Ferguson).


TUDO É REMIX (4 episódios)

Esta série, de Kirby Ferguson, aborda a questão do processo de criação enfatizando o quanto as trocas, empréstimos e cópias são fundamentais para que um produto se concretize, seja uma música, um filme ou um invento tecnológico.
Uma virtude desse vídeo é derrubar o falso mito da originalidade e a ideia do gênio criador, ambas fortemente desenvolvidas na era romântica (século XIX). A mentalidade romântico-burguesa trabalha com essa ideia de que a arte deve ser "original", sem qualquer remissão ao passado ou à tradição. Daí a esquizofrenia de certos momentos e de certas criações, que busca com extravagante desespero a novidade, a tal ponto de este critério ser o mais importante na apreciação da obra de arte, em detrimento de outros como a técnica, o deleite estético, o engenho, a emoção etc. O resultado disto é que a arte se afasta de sua realidade concreta, objetal, e passa a ser apenas uma ideia um conceito.
Contrário a isto é o gosto clássico, que valoriza o aprendizado dos modelos tidos como elevados. Uma crítica a esta proposta é que o apreço pela tradição gera um conservadorismo que em casos mais radicais tende a engessar a arte e a criação. Quando tocam o ponto extremo, em ambos os casos (o romântico e o clássico), as duas estéticas correm riscos e produzem problemas. Talvez a força das grandes obras esteja na sua capacidade de desenvolver com destreza os princípios desta ou daquela estética ou, até mesmo, por conciliar um pouco de cada uma.

Assista ao primeiro episódio (clique aqui).

Abaixo, o segundo episódio da série.