26 de fevereiro de 2013

A HISTÓRIA DOS CIDADÃOS UNIDOS x COMISSÃO ELEITORAL FEDERAL


Annie Leonard (Projeto História das Coisas) trata neste vídeo do polêmico tema do financiamento das campanhas políticas. O raciocínio é simples, mas a solução é para lá de complicada. Uma vez que empresas financiam as campanhas com seus milhões, fica difícil para candidatos não apoiados por elas conseguirem vaga nas câmaras ou senado. Por sua vez, causas de interesse da coletividade, mas que vão de encontro aos interesses por lucro das corporações, dificilmente serão aprovadas e sancionadas, afinal, na hora de legislar, votar, aprovar, os políticos precisam cumprir com a palavra que empenharam e não irão querer perder seus ricos padrinhos.
Mas o engraçado nisto tudo é ver que até mesmo nos EUA (país de Annie Leonard), algumas pessoas estão começando agora (mas só agora?) a perceber o quanto o sistema democrático é passível de distorção, o quanto as empresas são quem, de fato, decidem os rumos da nação, definem as ações do Estado, decidem sobre a vida dos cidadãos. A retórica de que a democracia é um sistema baseado na representatividade e promove a igualdade de direitos cai por terra ao menor olhar crítico que se fizer sobre ela.


Depois da tirania neoliberal dos anos 80-90, a crise econômica (na verdade, a falência do sistema capitalista) vai revelando, para quem quiser ver, o funcionamento de sua estrutura e os mecanismos que cria para se perpetuar no poder e causar a ilusão de que é a única forma de organização e produção possível. 
Mas é aquela história, toda mentira, um dia se revela.

Talvez tenha sido Goebbels quem disse "uma mentira dita cem vezes torna-se verdade", enquando Abraham Lincoln (dizem) afirmaria que:"Você pode enganar uma pessoa por muito tempo; algumas por algum tempo; mas não consegue enganar a todas por todo o tempo."

6 de fevereiro de 2013

MAIORIAS E MINORIAS


O assunto que vou tratar aqui é polêmico, o que significa que, provavelmente, muitos interpretarão a sua maneira, de tal modo que o conteúdo principal do texto será desprezado em função de supostas posições que o texto expressaria nas suas entrelinhas. Isto é inevitável, mas mesmo assim publicarei.

A sociedade burguesa é fundada no princípio democrático e, por consequência, no Estado de Direito. A base política que sustenta isto é o executivo, a base jurídica é o judiciário. O legislativo opera entre esses dois polos. O capital, corporificado por empresários, executivos, corporações e instituições de todo tipo, tem papel fundamental na composição e na orquestração das citadas bases.
É preciso lembrar que há várias possibilidades de se pensar o Estado e a Nação. Desde propostas de base liberal, em que o Estado procura intervir minimamente e cuja principal função é facilitar a dinâmica do chamado Mercado, até propostas de um Estado controlador e gestor atento da vida pública.
A proposta de Estado mínimo interessa não só às ânsias de lucro do capital, mas também aos setores médios que operam no plano ideológico para conquistarem espaços e privilégios por meio da oficialização de seus interesses. É aqui que entra a importância, para esses grupos, da jurisprudência e da democracia burguesa e liberal.
Mas para transformar seus interesses em leis que garantam tais privilégios, é preciso antes uma operação de propaganda (ideológica, evidentemente) para disseminar a ideia de que suas reivindicações são mais que plausíveis, justas, éticas e que qualquer pessoa esclarecida não deveria se posicionar contrariamente a tais reivindicações.