10 de outubro de 2011

O INV(F)ERNO BRASILEIRO

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 A presidenta Dilma vem agindo em relação a vários temas de um modo muito distinto de seu antecessor, Lula. É aceitável que ela imprima um modo próprio de governar, senão pareceria mero fantoche na mão de quem a escolheu e a construiu como candidata, mas esperava-se a continuidade das estratégias e ações políticas dos dois mandatos anteriores, que foram a principal causa de sua escolha como sucessora. No MinC, Ana de Hollanda desfez a belíssima construção democrática pluralista que vinha sendo solidificada entre os setores culturais, unindo centro e periferia, cidade e zona rural, artistas renomados e os mambembes da vida, artes consagradas e as ditas 'populares'. Expurgando a ideia de criações compartilhadas e fazendo do Minc escritório do nefasto ECAD, a arrogante Ana de Hollanda trouxe de volta os mandarins engravatados que nada sabem e tudo mandam. 
O silêncio de Dilma diante do achincalhamento diário a que vem sendo submetido Lula pela imprensa golpista é alarmante. Quando no poder, ninguém teve peito para ofender Lula com mentiras e distorções, pois sabia que a resposta seria demolidora. Afastado dos microfones iluminados da grande mídia, Lula deveria ter em Dilma sua defensora. Mas ela só quer saber de exaltar a força da mulher, balela que só ressalta o conflito entre gêneros, que é importante, mas a violência entre classes não tem gênero, uma madame não é nada maternal quando quer demolir, ofender e humilhar seus subordinados machos. Agora ela ataca os sindicatos. Daí pra frente vamos ver o que vai dar.
Nunca MAIS na história desse país teremos um governante, estadista, líder, intelectual como Luis Inácio Lula da Silva, legítimo representante e conhecedor de fato da realidade da grande massa de desempregados e trabalhadores de baixo nível econômico deste país. Com seus milhares de defeitos (por favor, o assunto aqui não é macroeconomia, políticas monetárias e tecnocracias abstratas, não por enquanto), Lula tinha uma virtude que encobria tudo isto: saber o que é a vida minuto a minuto, dia a dia dos miseráveis, pobres e remediados. O quanto esta grande massa [os termos não são técnicos, mas de uso recorrente] de homens, mulheres, meninos, meninas, brancos, negros, índios, favelados, caipiras, nordestinos, deficientes físicos e mentais, viados, travestis, crentes, descrentes, alcoolizados, escravizados e tantos outros sente na pele, na alma, na mente pelo CONTATO DIÁRIO com a frustração, a dor, a injúria, o desprezo, a impotência, a injustiça, a insatisfação de toda ordem, a carência de saúde, de alimentação decente, de conforto mínimo, de dignidade. O quanto esta massa é massacrada ao entrar no ônibus, ao andar na rua, ao entrar na padaria, ao chegar no serviço, ao falar com os chefes e clientes, ao ser abordada pela PM, por representantes do Estado, do Judicíario, do Executivo, e ainda, ao chegar em casa, em lugar de encontrar um oásis para esquecer da tortura a que está condenado a viver diariamente, encontra, muitas vezes o pior de todos os seus sofrimentos, o sofrimento dos filhos e da esposa, da mãe e do pai. Este sofrimento que doeria menos se ele pudesse sentir em sua pele, mas não pode. Este indivíduo, maioria absoluta deste país, é apenas uma sombra, uma coisa vaga na cabeça da elite política e econômica que com eles se relaciona há 500 anos. Para esta elite, e certa classe média que acredita pertencer a este grupo, toda esta massa não é mais que um bando de preguiçosos e lamuriadores, gente que por "ser ignorante" merece estar onde está. É exatamente assim que eles enxergam. E 99,99% dos homens que ocupam cargos públicos ou exercem cargos de gerente para cima em empresas privadas têm este perfil. Daí a massacrante e longeva história de chibatadas físicas e morais que, parece, não terá fim.
O massacre ao povo voltou, as tais "políticas paliativas", para gente bem nutrida é apenas um termo técnico, que eles insistem em usar para condenar o que foi feito nos anos Lula, mas para o Zé Piolho é melhora de vida. Quem não sabe o que é ter acesso a um pote de iogurte uma vez por semana, ou por mês, o que é não poder comprar um biscoito Passatempo pro filho de três anos com ele do lado pedindo no mercado, quem não conhece o povo deveria ter vergonha de falar superficialidades pelos quatro cantos, com suas indignaçõezinhas de burguês fútil, preocupado com chiuauas e cotovias. Dona Dilma, sim, está jogando por terra tudo que o Lula conquistou pro Zé Piolho. É esmola, paliativo, sedativo, engana-trouxa? Que seja. Nos últimos oito anos a massa-miséria começou a virar gente e isso incomodou aos escolhidos da Brasiuropa. Cadê a revolta? Cadê os revolucionários das redes sociais? Estão chorando a morte do arrogante Steve Jobs, menino prodígio da tecnologia que antecipou em alguns anos todo o processo de controle burocrático do cidadão digital, não apenas para os Estados Totalitários do Democrazismo, mas para o poder sobreparalelo das corporações megamilionárias da tecnologia e do entretenimento. O mundo está mergulhando na Santa Inquisição Ponto Com e ao redor de nós, aqui dentro de onde estamos nas redes sociais e blogues, não está a salvação, está o martírio. Quando acordaremos? 
DILMA CONTRA AS MASSAS

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