Mauro Santayan é sempre certeiro em suas análises sobre o Brasil e o cenário político mundial. Com a precisão de sempre resumiu a biografia de Marina Silva e classificou-a com perfeição. Santayana é, hoje, uma das raras vozes lúcidas na webesfera.
UMA DESFEITA AO BRASIL (publicado em http://www.maurosantayana.com/2012/07/uma-desfeita-ao-brasil.html - 30/07/2012)
por MAURO SANTAYANA
por MAURO SANTAYANA
A senhora Marina Silva é um caso típico de como as virtudes
enganam. Ela surgiu na vida pública brasileira como a pobre menina da
floresta, que se torna ativa militante da causa ambiental, entra para a
política ainda muito jovem, dentro do PT; é eleita senadora pelo Acre;
torna-se Ministra, e chega a candidatar-se, sem êxito, à Presidência da
República. Trata-se de uma biografia virtuosa. Marina é militante de uma
causa vista como nobre, a da defesa da natureza. Mas não se pode dizer,
com o mesmo reconhecimento, de que se trata de uma boa brasileira.
Marina é hoje, e é preciso dizer, uma patriota do mundo. Nenhum
brasileiro, vivo ou morto, foi tão homenageado pelos mais poderosos
governos estrangeiros e organizações não governamentais do que esta
senhora, ainda relativamente jovem.
Ela, ao militar pela natureza universal, não tem servido
realmente ao Brasil e à sua soberania. O Brasil, com o apoio, direto ou
indireto, da senhora Silva, tem sido acusado de destruir a natureza.
Quando seu companheiro de idéias, Chico Mendes, foi assassinado em Xapuri, o New York Times
chegou a dizer que o mundo iria respirar pior, a partir de então. A
tese do jornal, já desmentida pela ciência não engajada, era a de que a
Amazônia é o pulmão do mundo. Assim, a cada árvore abatida, menos
oxigênio estaria disponível para os seres vivos.
Marina Silva transita à vontade pelos salões da aristocracia
européia e norte-americana. É homenageada, com freqüência, pelas grandes
ongs, como a WWF, que contava, até há pouco, com o caçador de ursos e
de elefantes, o Rei Juan Carlos, da Espanha, como uma de suas principais personalidades. Na melhor das hipóteses, a senhora Marina Silva é ingênua, inocente útil,
o que é comum nas manobras políticas internacionais. Na outra hipótese,
ela sabe que está sendo usada para enfraquecer a posição da nação
quanto à defesa de sua prerrogativa de exercer plenamente a soberania
sobre o nosso território.
Ainda agora, a ex-candidata a Presidente acaba de ser
homenageada pelos organizadores londrinos dos Jogos Olímpicos, como
convidada de destaque, ao lado de outras personalidades mundiais,
a maioria delas diretamente ligadas às atividades esportivas, o que não
é o seu caso. Para quem conhece os códigos da linguagem diplomática,
tratou-se de uma desfeita ao Brasil, como país soberano, e, de forma bem
clara, à Presidente Dilma Roussef. Dilma, com elegância, declarou-se
feliz pela homenagem à sua adversária nas eleições presidenciais de
2010, e que permanece militando na oposição ao atual governo. A Chefe de
Estado, que ali representava a nação inteira, e não ongs interessadas
em retardar o desenvolvimento autônomo do Brasil, não assinou recibo
pela aleivosia de uma Inglaterra decadente, contra um Brasil que cresce
no respeito do mundo.
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